Facebook made me do it

Alguns dias sem Facebook me fizeram notar algumas coisas. Sobre mim e sobre as pessoas.

- Sobre mim:
Se calcular quantas horas já desperdicei em minha vida me atualizando diariamente com a timeline do Facebook, seriam calculadas em meses. Digamos que foi um verdadeiro desafio ler e receber notícias e porcarias o tempo todo, rolar até onde olhei da última vez e me "atualizar". Percebi que isso era um ciclo vicioso e sem fim e também percebi que mais me irritava com as publicações do que guardava as informações pra mim de forma positiva.
É um post ali reclamando do tempo, é outro dizendo sobre o quanto a vida tá ruim, outro sobre futebol e por aí vai...
Percebi que em mim, o Facebook não estava refletindo em absolutamente nada! É claro que eu considero o Facebook como uma ferramenta viável para manter e reviver o relacionamento com as pessoas, pessoas de todos os tipos. Mas, se pararmos pra pensar, nossos egos inflaram com uma simples caixinha de mensagens instantâneas que podem servir como "armas" para atingirem o alvo mais errado. É um ciclo vicioso porque tornou-se hábito ler e postar sobre nossa vida e a vida dos outros.

- Sobre os outros:
Sempre me pego imaginando como eram os relacionamentos de amizade na época não tão distante, a dos nossos pais. Fico imaginando como eles se correspondiam, como e por quanto tempo não se falavam, de quanto em quanto tempo se viam. E tudo isso sem nem sequer um telefone! Eram visitas periódicas e o contato era apenas natural. Apenas!
Recentemente me senti desconfortável com uma situação em que me encontro num período em que o que mais quero é estar só. Me conhecer mais afinco que nunca. Mas me chateia ler comentários sobre "você sumiu" ou "você mudou" ou até mesmo "você se afastou". Mal sabem como isso tem me magoado... Acho que por mais que tenhamos amigos e precisamos deles, a cobrança não pode prevalecer o que temos, amizade e etc. Eu sei e acredito que essa chateação (ou talvez mágoa) que eu tenho no peito seja mais forte que eu, por isso eu tomei uma atitude boba, mas que foi dolorosa. Sim, eu desativei meu Facebook. Porque no Facebook todos têm uma vida extra e é lá que mostramos o que temos feito, não é assim?

Que diabos quero dizer com tudo isso?
Que acredito profundamente que o mundo virtual está "desvirtuando" as pessoas. E ao mesmo tempo, me surpreendo. Duas pessoas perguntaram o que havia acontecido porque eu "sumi do Facebook" e uma me ligou. Bingo! Uma delas me ligou! Era e é isso! Sinto muita falta disso, de ouvir as pessoas, de escutar vozes, de saber qual o tom de voz que a pessoa usou comigo. Sinto falta disso, de trocar palavras, de rir.
Tudo é tão sem graça olhando as letrinhas através de uma tela. Tudo é sem graça e dá dor na coluna!
Eu sei, e não devo mudar tanto o meu comportamento com as pessoas (do tipo pegar o telefone e sair ligando para todas elas) mas, acredito que eu tenha falhado muito pra ter percebido isto. E também noto que faço parte de tudo isto, pertenço à isto e sou tudo isto!
Por mais que isso seja um desabafo sobre mim e sobre o que eu tenho pensado, cara, eu acho extremamente ridículo discutir e se magoar pela internet. Acho extremamente ridículo se aborrecer com o que lemos. Acho extremamente ridículo a maneira que usam a internet para afetar as outras pessoas e acabar alimentando algo totalmente falso dentro de si apenas por egoísmo.

É. É um grande desabafo.
E eu não estou na minha melhor fase.

Não sei, não...

O aparelho celular já não toca há semanas, nem mensagens quiçá ligações. Nenhuma notificação chegando através do perfil do Facebook - desativado à força por não querer explodir demais. Há dias estou em hiato, de quase tudo e quase todos. Há dias eu não sei o que há comigo. Há dias eu tento não pensar em coisas ruins. Há dias eu tento estar bem comigo mesma. Há dias não consigo nada. absolutamente nada.

Escrevo o texto para depois intitulá-lo. Talvez deva ser assim na vida também, crio situações que nem sei o fim, nem sei o nome e nem a razão. Apenas crio situações pra depois nomeá-las. E tampouco sei que rumo minha vida está tomando. Tampouco sei se tudo que mais almejo dará certo.

Não quero ser futuramente mais uma velhinha solitária, com seus gatos que optou ser sozinha por desacreditar nas pessoas e no amor. Ranzinza. É clichê, ninguém quer.

Ah, Nataly... De novo. De novo, não!
Vista essa roupa branca. Vá para o trabalho. E tente não pensar.
 

Believe, believe


Believe, believe in me, believe
Believe that life can change
That you're not stuck in vain
We're not the same, we're different tonight
Tonight, so bright
Tonight


un, deux, trois. un, deux, trois...

Tiro a roupa que me protege do frio e automaticamente minha pele se arrepia com o ar gelado do inverno misturado com o vapor da água quente pingando do chuveiro. Faz muito frio. Meu corpo demora para se acostumar às gotas de água descendo com força em minha nuca, que padece com o calor excessivo porém resiste até o fim, já que é a única temperatura que meu chuveiro simples suporta para o frio. E antes que aconteça algum "acidente", eu me desligo do mundo para consentir o mundo em que me adapto. Talvez por mais um tempo eu precise estar em paz comigo para estar em paz com os outros - eu me afasto e só me afasto, não quero largar nada e não é um abandono.
Seria justo botar aquela pilha de roupas para lavar na máquina ou talvez começar a arrumar a casa. Pares de tênis para todos os lados. Roupas jogadas no chão. Cortina rasgada. Puro relaxo. É sempre melhor viver em meio a bagunça que deixo... Puro relaxo, mesmo.
E nada me faz pensar em ter todo esse relaxo compartilhado.

Eu espero.
Vou esperar...

cafécompão

Café com pão às 20h.
Café com pão para não preparar o jantar. Não tirar a roupa. Não me cansar.
Café com pão às 20h apenas para não pensar.
Café com pão às 20h para suprir a falta das tardes vazias.
Café com pão às 20h para suprir.
Café com pão, café com pão, café com pão.
Não faz sentido se é tudo em vão.
Existe algo me esperando, café com pão.

Enid and Rebecca

Esquisito.
Enquanto a água do macarrão esquenta na panela pequena e velha, eu não consigo sentir nada sobre o que aconteceu. Na verdade, é sufocante demais. É demais e é demais mesmo. É de fato o que disse no texto anterior, sobre a tristeza que existe ali, mas passa despercebida. Não adianta mesmo remoer tanta coisa, deixei de ser assim. Se é pra ser assim, que seja agora!
É muito esquisito... Muito estranho eu não chegar à conclusão de nada, sentir nada, fingir nada. Não estou escondendo um sentimento, apenas deixei-o à deriva.
Acho que novamente me refiro à Enid e Rebecca. Acho que chegamos à bifurcação, na real. E você sempre foi a que mais chamou a atenção dos rapazes... Sempre.
Tô decidindo ainda se espero o ônibus e você fica aí. Se sigo meu rumo e esqueço tudo isso. Se ouço Sleater-Kinney apenas por nostalgia...
Você não soube me levar numa boa. E eu não sei se desisto ou se insisto.
Sei lá. 
Esquisito.
Estranho.
Queria sentir alguma coisa.
Mas tá pior: não consigo sentir nada...

A água do macarrão ferveu.


Tristeza, mas não como você imagina

Costumo ler textos e caio na besteira de reparar nos comentários logo abaixo, com o intuito de descrer ainda mais na humanidade que resolve ser comentarista de internet. Felizmente, me deparei com um comentário da própria autora do texto, com os seguintes dizeres:
...Tem tristeza que nem se queixa. Se deixa escurecer e se perde nas noites de quartos quietos. E mansos.
Tem tristeza que carregamos conosco por uma vida inteira. Ali, escondida e sem coragem de se manifestar (ou apenas por preguiça de pegarmos essa tristeza e tentar resolver de forma peculiar). Tristezas ou a falta de complementos que nos acostumamos a conviver apenas por conforto e descrentes de que daria certo se as coisas fossem diferentes. Tristeza vicia. Vicia tanto que, até que por suas vezes, torna-se algo que é nosso, algo que é para estar ali, como sua própria sombra e que passa despercebida.
Eu vejo a tristeza em quase todos que conheço. Não momentaneamente nem sequer continuamente, mas ela existe e está lá para provar algo ou desafiar e ser desafiada. A tristeza parte do conceito que precisa existir para dar eixo à outros sentimentos se encaixarem em algum canto das nossas vidinhas medianas. 
A tristeza que me acompanha resultou em uma maldita insônia. Insônia que me faz observar exatamente a hora em que os ônibus param de passar, o silêncio do apartamento ao lado. Perceber que meu quarto é mais iluminado que o ideal, pelas luzes que chegam das janelas do hospital. A insônia pra mim é algo que persiste, mas não não evidencia a tristeza, de forma alguma. É um tipo de tristeza que se acostumou comigo e que resolve aparecer dias sim, dias não. Mas sempre aparece.
Com a insônia, vem o silêncio. E com o silêncio eu consigo me conhecer ainda mais. Eu percebo que por tudo o que passei, a tristeza que existe em mim não precisa ser demonstrada, seria em vão. O silêncio me entristeceria se eu estivesse inapta a passar todas essas horas acordada. Acordada ao ponto de saber como me comporto às 5 da manhã de uma quarta-feira. E sequer penso em algo. Sequer penso em mim. Sequer surge alguma ideia mirabolante para mudar o mundo. Sequer me ajuda a ser ser humana de novo.

Eu preciso ser ser humana de novo.
Mas mesmo assim, mesmo com toda essa tristeza, eu até que sou bem feliz. Feliz no meu quarto quieto. E manso.

Tsc, clichê demais...

Sem destino nem direção

Chuva respinga na janela e eu me encontro debruçada na poltrona azul olhando para o céu, observando os riscos de água caindo de lá de cima. Precisava mesmo chover. Chuva respingando na janela para deixar marcas acinzentadas ao amanhecer de domingo. Respinga a água que veio sem direção, sem destino, sem ida nem vinda. Respinga a água que veio e apenas veio.
Chuva que contemplo solitária. Mais um dia solitário, aliás. Mais uma pizza solitária. Mais um lençol solitário. Solitária sou em vida e em pensamentos. Mais uma fase que inicia sem eu ter pedido. 
Chuva vem para abrir espaço para outras coisas. Chuva essa, que quer me livrar disso tudo.
Surpresas à espreita.
Água que rola sem destino nem direção. Apenas rola.
Assim como as situações na vida. Na minha vida.
Me arrependi de não ter feito aquela viagem. Foi apenas um dia para que tudo mudasse. E eu me achei capaz.
Mas, agora, me veio a incapacidade de acreditar em mim. Me veio à mente um pensamento tolo de achar que perdi meu valor.
Um sentimento que não consegue.
Que não consegue ser consolidado.
Eu nunca havia tido esta certeza.
E agora? Agora a certeza vai embora, sem destino nem direção... Com as águas da chuva.
Ou então, descartada como lixo.
Que é exatamente como estou me sentindo.
Sem valor e estímulo algum.
É assim que me sinto hoje. E deixe-me permitir sentir assim.
É só hoje.
E não é o fim.

Bem-me-quer, mal-me-quer

Queria, podia, devia. Tanto faz enquanto não fazia. Eu bem que queria se um dia eu pudesse fazer o que bem entenderia.
Devia, podia, queria. Queria tanto que não faria. Queria muito que não poderia. Devia pouco mas bem sabia.
Sabia eu que não deveria e que não poderia ter o que bem queria. Queria eu ter o que podia bem mais próximo do que pareceria mas bem mais distante do que imaginaria. Eu bem queria.
Bem queria um bem-me-quer. Escolhi a dedo um mal-me-quer. Estufa o peito para o que vier e, se não der, é porque não é, não era, não será. Não será um bem-me-quer escolhido a dedo e não será um mal-me-quer que procurou ter sido assim. 
Um bem-me-quer bem que podia ser o que devia, ser o que queria. 
Mas o bem-me-quer pode se tornar mal-me-quer um dia...

"Você tem 5 novos e-mails"

bitterfaces
Todos os dias de manhã concluo em suspiros o vibrar do celular que avisa o recebimento de e-mails de lojas de departamento oferecendo produtos que eu jamais poderei comprar. E todos os dias eu nem sequer abro estes e-mails para não entrar no caos da deprê por não poder comprar absolutamente nada que tem ali. Porque é bem simples: eu sempre opto pelo caminho mais difícil.
Eu poderia ter muito bem continuado minha carreira, mas daí, todos os dias receberia estes e-mails bufando em pensar que teria que trabalhar com algo que não me dou muito bem, mas que me daria um pouquinho mais de dinheiro.
Parece mesmo que procuro por coisas prazerosas mas que em suma são dolorosas. Sempre, até mesmo em relacionamentos, gosto de gestos mais complexos e cheios de obstáculos pela frente. E olha eu aí de novo, me lascando mas usufruindo de algo que me fará bem.
Por 5 segundos, pensei em desistir e voltar atrás. Mas o restante do tempo eu sofro calada por não ter um tostão no bolso pra poder comprar uma roupa nova e, mesmo assim, continuo nessa coisa sofrida mas que é resultado de algo que queria há anos!
Eu fico mesmo é pensando no que um porteiro faz o dia inteiro quando não está lá apertando o botão pra alguém conseguir abrir o portão e entrar. Fico pensando em como é a vida daquelas pessoas que sobem e descem de elevadores que não levarão a lugar algum. Penso em como é a vida de gente que limpa vidros. Ou de executivos que não possuem tempo pra mais nada. Penso em como é a vida de quem não faz o que realmente gosta e faz porque tem que fazer.
Mas, no fim das contas, sempre alguém vai ter que fazer o que não gosta, para dar lugar aos que gostam do que faz. E, ao mesmo tempo, eu tenho um puta frio na barriga de não conseguir concluir o que estou fazendo. Afinal, eu sou campeã em não concluir. Mas mesmo assim, e antes dos 30, eu preciso ter na bagagem etapas concluídas e não mal acabadas.
Esse frio na barriga há de servir pra alguma coisa.

Ohayou gozaimasu!

Tá difícil largar o osso. Ou seria a maçã?

Estou tentando me separar da Apple. Tentando me desligar desse maldito iPhone. Ninguém quer comprar meu iPhone porque ele é o 4. Quero tanto me separar da Apple! Essa mesma que me faz pensar em luxuosidades, mas de tanto deslumbre, enjoei. Enjoei desse tijolo que carrego no bolso, a dificuldade pra passar músicas nele e, não necessariamente e como se não bastasse, ser uma das coisas mais complexas para se explicar a leigos no assunto. Como pouca bobagem, é sim só nome. ACHO!
Acho que é só nome, ou algo que seja mais adequado para quem use apenas produtos da Apple. Porque de nada adianta ter um fusquinha chamado Dell e querer almofadá-lo com plumas de ganso.
Ah, Apple. Você me seduziu naquela época em que trabalhei numa empresa de telefonia móvel. Veio com aquela de "Compre Batom, compre Batom" e eu comprei, ué! Comprei quase que pela metade do preço e te zelei até agora. E agora eu não te quero mais. Faço birra e digo que enjoei de você.
Pobre coitada de você, Apple. Apple e seu bezerrinho iPhone.
Alguém aí quer comprar meu iPhone?
Acredito que não.
Acredito que não vou me livrar tão facilmente assim do meu iPhone.
Acredito que ninguém queira pagar o preço que tô pedindo nele.
Tá difícil de largar o osso.

Será bem-vindo qualquer sorriso

Exato 1 ano após a ideia de criar o, até então desativado, Massagem no Meu Ego, decidi hoje abrir um novo pacote de folhas de sulfite para dar espaço à pedra que decidi colocar nas histórias que lá contei. Talvez aqui seja um pouco diferente. Não basicamente algo para "selar" uma nova fase, mas simplesmente algo que eu precisava ter como novidade para continuar fazendo o que tanto aprecio fazer: isso mesmo, escrever. E vamos levando, 'bora fazendo'! Já que faço parte dessa geração de pessoas que se acham escritoras (ou coisa que o valha), escrevo ao léu e desenfreadamente.
Resumidamente, continuo com o incômodo da ansiedade. Porém decidi pegá-la com minhas próprias mãos e jogá-la contra a parede para tentar trabalhar um outro lado meu. Usar essa ansiedade como algo bom, botando em prática coisas que eu guardo comigo e não sei bem como manipulá-las. Talvez um pouquinho mais de tempero aqui, uma pimentinha ali. Ou talvez nada, nem tentar alterar. Basicamente, uma nova mesa foi posta, com um novo pano de mesa e novas louças prontinhas para serem usadas. Visto que eu praticamente estou apta a pensar diferente e/ou talvez agir diferente, o melhor a fazer é me orgulhar disso e empinar o nariz. 
Talvez o rosa do cabelo tenha me trazido um pouco mais de "cara de 20". (in)Felizmente, não me pego com pensamentos de 20, mais. Já sei o que é mesclar o bom humor com o meu lado mais ranzinza. A coluna que trava diante das preocupações diárias da vida: as dívidas pra pagar; duas mãos para diversas sacolas de supermercado para carregar; a cara fechada de manhã que muda automaticamente com uma patada gatuna na cara seguida de um "bom dia" solitário, porém feliz; os vizinhos que incomodam, mas que já acostumei; as novas pessoas e os novos aborrecimentos e/ou surpresas; o pensamento no que pode dar certo; fazer o daimoku antes de dormir; a roupa branca pra lavar na máquina.
Legal.
É isso aí, a vida.
Quem sabe um dia a gente possa olhar pra trás e se orgulhar, da marca que hoje eu trago e eu espero achar.
Um lugar! Nas minhas novas alegrias, a minha paz, meu amar. A minha história, a minha vida. A razão de estar. E eu me sinto disposto a ser bem melhor do que eu já fui. Será bem vindo qualquer sorriso, qualquer expressão de amor. (Bruna Caram)
Konbanwa!

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