Tristeza, mas não como você imagina

Costumo ler textos e caio na besteira de reparar nos comentários logo abaixo, com o intuito de descrer ainda mais na humanidade que resolve ser comentarista de internet. Felizmente, me deparei com um comentário da própria autora do texto, com os seguintes dizeres:
...Tem tristeza que nem se queixa. Se deixa escurecer e se perde nas noites de quartos quietos. E mansos.
Tem tristeza que carregamos conosco por uma vida inteira. Ali, escondida e sem coragem de se manifestar (ou apenas por preguiça de pegarmos essa tristeza e tentar resolver de forma peculiar). Tristezas ou a falta de complementos que nos acostumamos a conviver apenas por conforto e descrentes de que daria certo se as coisas fossem diferentes. Tristeza vicia. Vicia tanto que, até que por suas vezes, torna-se algo que é nosso, algo que é para estar ali, como sua própria sombra e que passa despercebida.
Eu vejo a tristeza em quase todos que conheço. Não momentaneamente nem sequer continuamente, mas ela existe e está lá para provar algo ou desafiar e ser desafiada. A tristeza parte do conceito que precisa existir para dar eixo à outros sentimentos se encaixarem em algum canto das nossas vidinhas medianas. 
A tristeza que me acompanha resultou em uma maldita insônia. Insônia que me faz observar exatamente a hora em que os ônibus param de passar, o silêncio do apartamento ao lado. Perceber que meu quarto é mais iluminado que o ideal, pelas luzes que chegam das janelas do hospital. A insônia pra mim é algo que persiste, mas não não evidencia a tristeza, de forma alguma. É um tipo de tristeza que se acostumou comigo e que resolve aparecer dias sim, dias não. Mas sempre aparece.
Com a insônia, vem o silêncio. E com o silêncio eu consigo me conhecer ainda mais. Eu percebo que por tudo o que passei, a tristeza que existe em mim não precisa ser demonstrada, seria em vão. O silêncio me entristeceria se eu estivesse inapta a passar todas essas horas acordada. Acordada ao ponto de saber como me comporto às 5 da manhã de uma quarta-feira. E sequer penso em algo. Sequer penso em mim. Sequer surge alguma ideia mirabolante para mudar o mundo. Sequer me ajuda a ser ser humana de novo.

Eu preciso ser ser humana de novo.
Mas mesmo assim, mesmo com toda essa tristeza, eu até que sou bem feliz. Feliz no meu quarto quieto. E manso.

Tsc, clichê demais...

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