Voltar a ser

Desde que comecei a frequentar as reuniões do budismo, tenho me sentido uma pessoa mais animada com a vida e mesmo que eu tenha vivido por 26 anos sem acreditar em absolutamente nada, acho que é realmente a hora de começar a procurar algo para ter como refúgio. Escolhi o budismo porque sempre admirei, mesmo não acreditando. Admiro a forma como encaram as situações e também a ausência de "imagens" e de um "deus" para se apegar. O negócio é a fé e a fé por completo, sem fanatismos e lavagem cerebral.
Por sorte, por acidente ou por apenas coincidência, a vida colocou pessoas que me fazem sentir um pouco mais completa. E com isso, uma menina muito especial tem me enviado e-mails quase que diariamente falando de incentivos e realmente se preocupando com o meu bem-estar. Quase todos os dias paro para ler o que ela tem a me dizer e num outro dia resolvi desabafar e contar sobre meus problemas e meus desafios.
Por mais que eu tenha amigos ou conhecidos de longa data, conversar com quem não está presente diretamente na minha vida deve ter um bom efeito. De suposições e críticas a gente precisa manter distância. E é mais ou menos como confessar.
Acredito que estamos ficando cada vez mais egoístas quando alguém precisa conversar um pouco. Apenas só ouvir já é o suficiente, não precisa selar a conversa com um sermão ou conselho. Ouvir, precisamos mais disso. Saber ouvir.
“Imagine-se empilhando uma folha de papel bem fina, uma sobre a outra, a cada dia. No início, vai parecer que essa pilha em nada aumentou. Mas, se continuar juntando as folhas dessa maneira, durante dez ou vinte anos, a pilha de folhas ficará tão alta que se tornará visível a qualquer um. De modo semelhante, podemos acumular muitos benefícios imperceptíveis por meio de nossa prática budista.” 
Um de nossos mestres orienta: “O inverno nunca falha em se tornar primavera.”
Preciso voltar, ou apenas ser eu de novo. E mesmo com esse tom de autoajuda, alguma coisa surte efeito.
E também não posso garantir que eu fique animada todo dia. Porque não é bem assim...
Dias sim, dias não. Hoje foi o "não". E cada dia que passa, dificulta.

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